"A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe." (Jean Piaget)

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Educação e ludicidade

A educacão é uma prática social histórica e sendo assim, ninguém está lheio a ela, uma vez que formal ou informalmente todos vivenciam situações educativas em ambientes diversificados e a todo momento.
A ludicidade é um termo polissêmico que possui sua gênese no latim "ludus" que significa tipo de jogo em que as pedras se movimentam segundo o número de casas indicadas pelos dados. Uso comum, jogo, divertimento.
Esse conceito recebe olhares diversificados na área da educação, da história, da antropologia, psicologia e da publicidade surgindo diferentes abordagens e interpretações.
Essa temática é bastante múltipla e complexa, não possuindo uma definição precisa, exata, segundo alguns teóricos como, por exemplo, Luckesi em seu artigo "Ludicidade e atividades lúdicas: uma abordagem a partir da experiência interna".
Piaget (1998) diz que atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo por isso, indispensável a prática educativa.
Segundo alguns autores como Brougére (1998), Santos (1997), Chateau (1987) e Hiuzinga (1996) a ludicidade desempenha um papel vital na vida da criança, pois, o seu primeiro aprendizado é o brincar, de início com o seu próprio corpo, depois com os objetos que o cercam e com o espaço que ocupa.
A proposta de desenvolver o indivíduo em sentido integral, a fim de prepará-lo para avida em sociedade defendida pela Constituição de 1988 é favorecida com a utilização das atividades lúdicas, já que a mesma tem um valor singular, peculiar de aliar conhecimentos, sentimentos e ações, acentuando a liberdade criativa e a visão particular e ao mesmo tempo coletiva do educando, que se torna agente da construção do próprio conhecimento.
Nos primeiros anos o corpo infantil é fonte de auto-investigação (tocar, rir, mover-se, pular, gritar), a criança goza de total liberdade explorativa até o ingresso à escola, onde diante das exigências da maquina capitalista que condiciona as diversas áreasa da sociedade contemporânea, o corpo é rigidamente moldado, ou seja, tolhido em detrimento da cognição, que segundo o senso comum não é compatível com o lúdico. O sil~encio ensurdecedor, corpos rígidos presos a cadeira é o que predomina em algumas escolas, abrindo mão das valiosas contribuições educativas das atividades lúdicas, que são claramente vistas: olhinhos atentos, os rostos de satisfação, a vibração e a busca excessiva do fazer, entrega total.
Para Luckesi a ludicidade ocupa um lugar privilegiado no desenvolvimento humano, pois, amplia os estados de consciência contribuindo para as relações sócio-culturais resultantes de uma experiência de entrega, onde não há meio termo,"vai além do Ego" na atividade do sujeito, é vencido por ela ou não participa da mesma.
O brincar e o jogo são componentes das atividades lúdicas que permeiam as açõesdo desenvolvimento humano é conceituado e diferenciado por kishimoto. O primeiro ganha um caráter mais livre e o segundo é regido por regras claras. A ludicidade retém em seu universo tanto as atividades coletivas reguladas, quanto as individuais livres que predominam movimentos integrados e progressivos. O interesse que o educando apresenta pelos jogos faz com que prazerosamente aplique sua inteligência e seu raciocínio no sentido obter êxito. Assim sendo, ao jogar o sujeito realiza uma tarefa, produz resultados, aprende a pensar no contexto em que enfrenta desafios e tenta resolvê-los, são imposições que ele faz a si próprio.
Portanto, os exercícios da fantasia e da imaginação proporcionbados pelas atividades lúdicas ensinam a transformar prazer em objetivos operacionais, porém sendo uma maneira não ameaçadora da criança construir novas aprendizagens preservando sua auto- estima, além de contribuir para a formação do seu senso crítico, desenvolvimento racional, estabilidade emocional, forma de expressão, descoberta de aptidões, um exercício de concentração e de partilha de experiências.

Ana Alice

Um comentário:

  1. Não é legal ler um artigo tão importante como o de voces e não ter nenhuma referência bibliográfica, fica muito vago.

    Izabel Crsitina

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