"A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe." (Jean Piaget)

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Dos diretores de cinema para os de escola

Costurando nossa “Colcha de Retalhos” não poderíamos deixar de dar sugestões de filmes educativos, tanto para os professores como para os alunos. Além de relaxar, eles informam e formam idéias a respeito das coisas do mundo e como nos sentimos nele.
As profusões de imagens que nossa sociedade gira, faz-se necessários que usemos na sala de aula recursos audiovisuais que além de didáticos são dinâmicos e adequados, dotados de linguagem própria, possibilitando relacionar conteúdo com a pratica.

A escola é um intenso cénario de vida em que desemboca todo tipo de questões social, familiar e pessoal, muitos filmes e documentários, têm demonstrado a aproximação da realidade, com conteudos propicios à reflexão, podendo ser vistos com a turma, com a equipe de trabalho ou mesmo em hora de folga.
A aprendizagem é um processo continuo em que o aprendiz constroi significados por intermedio das experiencias vivenciadas, cabe ao educador tornar-se um articulador da aprendizagem, um criador de experiencias e de ambientes que promovam estas aprendizagens como transformar o sua sala de aula numa sala de cinema, pelo menos uma vez ao mês.

Há uma infinidade de filmes, documentários e desenhos animados que aborda a solidariedade, o companheirismo, a conscientização de uma forma lúdica e divertida, outros que tratam da violência, abusos infanto juvenil enfim mostrando-nos uma realidade que infelizmente vivenciamos no dia a dia. O ideal é selecionar trechos dos filmes que acharmos significativos e de fácil compreensão para trabalharmos com as crianças.

Quem sempre dirige o espetaculo, aula após aula, depois de um estafante dia de trabalho deve e merece assistir de camarote bons filmes, é só preparar a pipoca.

Até mais...


Eliana


quinta-feira, 9 de julho de 2009

A Arte na Educação Infantil

O processo artístico é percebido pela criança de uma maneira diferenciada da forma como o adulto percebe a arte. A criança vivência a atividade artística de forma plena, para o mundo infantil a expressão artística nada mais é que a expressão de seus sentimentos. A criança através da arte dá contorno aos seus sentimos, ela não vê a arte da mesma maneira que o adulto observa a expressão artística pelo seu lado artístico, pela perfeição.
É preciso ter cuidado ao trabalhar com arte no universo infantil, deixar que de fato a criança manifeste sua expressão artística, o que ela realmente sente para que ela possa se desenvolver sem interferências negativas ao seu processo na arte sem críticas que possam inibi-la, deixa que a criança aproprie-se de sua arte, desenvolva seu potencial de criação, que se sinta estimulada.
A interferência do adulto no trabalho artístico infantil se for de maneira autoritária, onde o adulto impõe limites na criação da criança e ditam métodos tidos como correto à visão do adulto, faz com que a criança sinta-se inibida, e não sinta segurança no seu processo artístico e com isso não venha mais ficar motivado a criar, a expressar a sua arte que é algo espontâneo e começar a procurar modelos corretos para imitar. Deixando de lado a sua arte, que é a expressão do que ele sente que faz parte do seu universo, uma maneira que a criança tem de demonstrar sua visão de mundo, o que acontece no seu interior, uma forma de trabalhar o seu desenvolvimento pessoal.
A arte da criança é livre e o adulto ao expressar sua visão sobre arte que a criança está a criar, influencia de forma negativa. Pois a criança irá deixar de criar um trabalho artístico livre e sofrerá as influências que o adulto exprimiu sobre a sua arte.
A criança também deve ter a oportunidade para criar os seus desenhos, pois é através da expressão artística que a criança se desenvolve e aprende, relacionando imaginário e realidade. Pois a criança expressa na atividade artística parte de sua realidade (medos, alegras e tristezas). Portanto um desenho já pronto ao qual a criança não tem a oportunidade de expressão limita a criança e não auxilia, ou pode auxiliar pouco no seu desenvolvimento, os tornando dependentes de padrões.
A exposição do trabalho artístico infantil também pode vir a inibir a criança, pois para o adulto essa arte é vista pelo lado estético pelo seu valor material. E a criança vê sua arte como de forma espontânea, como parte de sua realidade.
O professor de arte deve orientar o aluno de forma que este se sinta estimulado a expressar sua arte, para que o aluno possa desenvolver seu lado criativo o que é benéfico para o seu desenvolvimento e não ficar preso a modelos. O professor de arte deve estar consciente da importância da arte na vida da criança e de que maneira a interferência do professor vai beneficiar ou não, esse processo artístico.

Neilza Lopes

Eu, meus alunos e a tal informática.

Diante da dinâmica política, econômica e social promovida pela globalização, a busca incessante pela informação, impregnou a sociedade civil. A rapidez das notícias,as exigências do mercado competitivo e o encantamento diante da possibilidade de circular numa rede de informações atuais e diversificada tem formado uma geração virtual e a escola é envolvida nesse contexto ,por comportar uma maciça parcela dessa efervescente sociedade. Logo se faz necessário que lance mãos desse recurso para auxiliar naquilo que se propõe... educar.
Não temos como contestar que o universo tecnológico invadiu todas as áreas sociais, inclusive as salas de aula mesmo nas comunidades mais distantes dos pólos urbanos. Na linguagem, nas relações sociais e até mesmo as relações afetivas são notórias o domínio da informatização. Em face do contexto atual os Parâmetros Curriculares Nacionais defende o uso da informática em sala de aula: “As competências e habilidades a serem desenvolvidas em informática são:Representação e comunicação,reconhecendo
a informática como ferramenta para novas estratégias de aprendizagem,capaz de contribuir de forma significativa para o processo de construção do conhecimento,nas diversas áreas.” (p.121)
A introdução da informática no ensino proporciona a união das teorias e das práticas, onde o aluno se torna agente ativo da construção do próprio conhecimento, porém, a informática deve ser vista como um elemento na contribuição da aprendizagem e não detentora da educação.È um recurso a mais.
No inicio desacreditei da possibilidade de unir a tecnologia inevitável e crescente com os conteúdos programáticos, principalmente na Educação Infantil. Descrente ,aceitei passivamente a proposta da escola, qual trabalhava, de implantar informática como mais uma atividade extra,já que cada turma teria seu momento com um professor específico.Acreditava se tratar de mais uma jogada de marketing da escola para competir de igual para igual com as outras do bairro .Talvez a intenção fosse essa ,porém fiquei surpresa com os resultados!
Nas primeiras semanas a professora de informática, alguém comprometida com a educação, apesar de ter formação técnica,me procurou para ver quais eram os conteúdos que estava trabalhando durante a unidade,a partir das informações ,ela planejou suas aulas.Depois das primeiras aulas pude ver a felicidade e o encantamento dos pequenos internautas ao descobrirem que o que aprendiam na sala estava vinculados ao que eles mais gostavam,como também era necessário o domínio do conteúdo para o melhor desempenho nas aulas de informática.
E eu totalmente avessa a qualquer contato por menor que fosse com o computador, fui
contagiada por eles.Tive que me inteirar dos fatos para poder entender e tornar minhas aulas mais atrativa e pude trabalhar as dificuldades que surgiam, que eram facilmente detectada nas aulas de informática por estarem a vontade,num momento de descontração. A professora de Informática tinha o cuidado de me informar sobre as dificuldades dos alunos, isso foi de grande ajuda. A coordenação motora fina foi bastante trabalhada, o apertar das teclas, o manusear do mouse(que não é tarefa fácil,ao menos para mim) ,a percepção visual e auditivas através de cd-roons, muitas vezes trazidos pelos próprios alunos, pois todos queriam participar.Até mesmo a oralidade melhorou.Os mais retraídos ficavam a vontade ao comentar o que aprenderam de novo e como realizaram as tarefas, até mesmo os pais ficaram impressionados com o interesse e euforia das crianças.E realmente eles tinham desenvoltura com a máquina,mesmo aqueles que estavam tendo oportunidade de ter o primeiro contato.
Para proximá-los mais da nova tecnologia, a direção decidiu que as atividade escritas, antes mimeografadas ou xerocopiadas, passassem a ser digitadas com todos os recursos visuais que só o computador dá. Em determinada ocasião surgiu a questão de como as atividades eram feitas. Levei-os à sala de informática e mostrei todo o procedimento. Resultado...euforia total !Passaram a ter um zelo especial às tarefas que geralmente eram estampadas com os seus personagens favoritos como Moranguinho,Chaves,Turma da Mônica,Hello Kit, entre outros.
Através de fatos como estes, revejo sempre a minha prática e foi justamente por essa inquietude que resolvi me aventurar na graduação.Portanto vi, na prática, a necessidade adequação ao novo (que é eminente e extremamente rápido) para falar a mesma língua dos alunos,a fim de tornar as aulas interessante dando significado ao que aprendem.
Carina Gomes


Referências Bibliográficas

MERCADO,Luís Paulo Leopoldo.Novas tecnologias:Reflexões sobre a prática.ed.Ufal


PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL/Ministério da Educação Secretaria de Educação Fundamental.  Brasília:MEC/SEF,2001.

As atividades lúdicas

As atividades lúdicas podem modificar, transformar e renovar a sala de aula da educação infantil proporcionando a criança habilidades cognitivas, motoras e tantas outras necessárias ao desenvolvimento da criança nessa fase. Na educação infantil as brincadeiras são necessárias, pois permite que aprenda a lidar com as emoções, possibilita um ambiente agradável para favorecer o processo de aquisição de autonomia de apredizagem contribuem e oportunizam as crianças momentos de expressão, troca de informação, criação e cooperação, fazendo com que aprendam de forma simples e natural.
Claudia Gonçalves.

Escola e a sua função face a sociedade

A função social da escola sempre foi construída em função do contexto político, social e educacional em que se situa. Por isso a educação escolar e as certezas de seu papel também estão em constante mutação na constituição histórica dos sistemas educativos.
A escola, como instituição social, estabelece um vínculo ambíguo com a sociedade. É parte dela e por isso, trabalha para ela, formando indivíduos necessários a sua manutenção.
A escola, entendida como espaço sócio-cultural, possui um espaço próprio, ordenado, em dupla dimensão: institucionalmente, por um conjunto de normas e regras e quotidianamente, por uma complexa trama de relações sociais entre sujeitos envolvidos (PCN, 1997).
O mundo atual constitui ao mesmo tempo um desafio para a educação, porque o universo do conhecimento está sendo revolucionado tão profundamente que não pode permanecer desatualizado. É importante repensar permanentemente o papel da escola, a teoria pedagógica, a didática, os currículos, a organização escolar, a relação professor-aluno. É preciso que haja interação entre várias áreas de conhecimento e adaptar o conteúdo do currículo para cada série. Este deve ser visto permanentemente para acompanhar os anseios da sociedade em relação a educação das crianças, assim ele deve ser construído com a participação de todos que estão envolvidos no processo educativo.
Os programas escolares não levam em conta as diferenças sociais. Exigem os mesmos produtos avaliam da mesma forma, ensinam da mesma maneira crianças que tem vidas muito diferentes. A escola deve ser articulada com a vida.
Para tanto o nosso pensar, refletir e agir sobre como ensinar e aprender são de essencial importância. Para isso é importante a formação continuada dos educadores, a pesquisa, a observação do processo ensino-aprendizagem que é feito em três dimensões. A humana, a técnica e a político-social (Candau, 1999). A articulação das três dimensões é o objetivo de uma nova formação de ensino-aprendizagem.
Todo trabalho desta instituição social, que é a escola, está e deve estar voltada para a realidade. Os homens criaram-na com essa finalidade a aperfeiçoaram para isso e sucatearam-na para impedir a compreensão e a transformação da realidade. Cabe retornar a finalidade primeira da escola. É preciso fazer a escola para os alunos e não o inverso (Bock; Furtado; Teixeira, 2001)

Vanessa Machado

Estudo errado

Quando o professor não explica o que realmente deseja, deixando o aluno desorientado sem saber como fazer as atividades. Outra situação é quando o aluno é obrigado a memorizar os conteúdos transmitidos, sem possibilidades de questioná-los.
Claudia.

Estudo errado

O estudo deve ser compreendido como algo para o avanço da criança e não para o simples “estudar para a prova” .O que é aplicado pelo professor deveria estar explícito no cotidiano do aluno a serventia e a aplicabilidade em sua vida, assim reforçaria o interesse deste. O professor não deve pensar que os alunos são depósito de conteúdos. Assim, vimos que a escola continua arcaica em relação a maneira de avaliar e aplicar os conteúdos, apesar da invasão da tecnologia no mundo e na sala de aula, a escola contemporânea não conseguiu acompanhar esta evolução, apesar de possuirem as ferramentas necessárias para se obter uma educação onde o aluno fosse um sujeito ativo do processo e não mero ouvinte.
Vanessa Machado

Estudo errado

Essa temática se refere a aprendizagem mecânica, sem sentido para o sujeito. O processo ensino aprendizagem deve está vinculado a realidade do aluno, pois, nesse proceso é necessário a disposição do sujeito também para aprender.
Ana Alice

Estudo errado

Quando o aluno não aprende de fato, memorizando todo o conteúdo que é passado em sala de aula pelo professor, visando obter uma boa nota, esquecendo tudo o que foi aplicado em classe depois de um determinado tempo. Não possibilita que o aluno experiencie, demonstre o que realmente aprendeu que participe e seja agente de todo o processo de construção da aprendizagem. È aquele estudo onde somente o professor é agente e os alunos ficam passivos ao que o educador expõe.
Não estimula o aluno a participar do processo de aprendizagem, levando até a sala de aula, toda vivência do aluno o que ele já traz consigo e a partir daí criar pontes para que junto a mediação do professor o docente possa realmente aprender de forma significativa.

Neilza Lopes

Estudo errado

A impressão que temos, quando olhamos os avanços da sociedade, é que as instituições mudaram. Os procedimentos e o tratamento das informações não são os mesmos de antes, entretanto a única instituição que continua a mesma é a escola. As ações são as mesmas. Com os seus conteúdos cristalizados, ela despreza qualquer conhecimento produzido fora dos muros da escola, e ainda é o lugar em que impera a memorização em detrimento da produção de saberes, onde o foco é o produto e não o processo.

Carina Gomes

O impacto das creches e da pré-escola nas crianças

Com as mudanças econômicas, políticas, sociais ocorridas nos últimos anos, as mulheres ingressam cada vez mais rápido e em grande número no mercado de trabalho, além de assumir a chefia da família, sendo imperativo delegar a outras pessoas os cuidados e educação dos sue bebês. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) em parceria com o Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher, no Brasil, o total de famílias formadas por casais com filhos e chefiadas por mulheres cresceu de pouco mais de 200 mil, em 1993, para 2,2 milhões em 2006. Como alternativas para essas mães surgem às creches oficiais, a “creche familiar” (alguém que usa sua própria casa para tomar conta de crianças), as babás, os familiares. No entanto, quais são os efeitos desde muito cedo os bebês e crianças em idade pré-escolar serem cuidadas por outras pessoas? Qual impacto da cultura mais ampla terá sobre o sujeito?Quais os ganhos e prejuízos?
A escola como uma instituição social, que muitas vezes reflete a cultura dominante, abarca esta gama complexa de diferentes culturas. Quando o espaço educativo é palco das discussões pautadas no respeito e compreensão às diferentes culturas resulta num ganho pedagógico imenso, em contra partida, quando ela elege uma cultura como ideal em detrimento às outras geram conflitos e tensões trazendo danos emocionais ao aluno.
Helen Bee (2003) relata as pesquisas atuais em relação aos efeitos das creches no desenvolvimento cognitivo das crianças, embora levassem em conta algumas variantes como a qualidade da creche, o ambiente e o atendimento dispensados aos bebês.
E quanto o impacto na personalidade infantil? O exame sobre os cuidados dados fora do lar, diferem. Alguns pesquisadores, a exemplo de Anderson (1989, 1992) e Scarr e Eisenberg (1993) encontraram nos seus estudos que criança de creches são mais sociáveis, mais comunicativas e lidam melhor com seus pares.Já as observações de John Bates(1994) concluiu que as crianças que permaneciam mais tempo nas creches, nos anos posteriores apresentaram agressividade e menos populares com os colegas .Porém, Bee salienta que os níveis de agressividade de uma criança pode ser atribuído ao temperamento e as técnicas disciplinares dos pais e se as creches contribuem de alguma forma com esse quadro é um sinal de alerta.
Baseado em investigações, Helen Bee delineou as características ideais de um ambiente de creche e pré-escolas:
▪ Uma proporção de adultos baixa em relação ao número de crianças e como dispositivo de proteção contra abusos ter no mínimo dois adultos em cada sala ou dois adultos para cada grupo de crianças ou bebês.
▪ Grupos pequenos de crianças ( as com mais idade, 15 a 20 por grupo) e bebês ( 6 a 8 por grupo).
▪ É importante, principalmente para os bebês, a baixa rotatividade da equipe de trabalho.
▪ Ter um ambiente colorido, seguro, limpo, acolhedor e adaptado para a criança brincar. Não precisa possuir brinquedos caros, mas ter uma rotina com atividades interessantes que estimule a ato de brincar.
▪ Um planejamento diário que explicite alguma estrutura, uma intencionalidade pedagógica.
▪ Uma cuidadora positiva, afetuosa, comprometida e responsável e com certo conhecimento sobre desenvolvimento infantil.
Portanto, é necessário um olhar cuidadoso no que diz respeito a escolha da escola/creche responsável pelos primeiros anos da criança,pode ser um forte fator para problemas futuros.

Pares como modelo

Uma menina que mora nos Estados Unidos embora pertença a uma família árabe, fala inglês fluentemente sem sotaque, ainda que em casa, com seus pais, só fale árabe. Sua família é mulçumana, mas seu vestuário em nada se parece com as roupas e véus da mãe, que conserva os costumes milenares de sua cultura, como cobrir a cabeça em público, recolhesse a cozinha com a chegada de algum estranho (mesmo sendo mulher)à sua casa. Sua filha usa jeans, fala como as crianças americanas de sua idade. Suas irmãs mais velhas dirigem automóveis, conversam com os que visitam sua casa.
Esse episódio torna-se cada vez mais comum, já que muitas vezes o individuo fica exposto à padrões, valores e hábitos diferentes de sua família e um dos agentes transmissores da cultura são seus iguais, Diante dessa conjuntura, Mussen(1888) afirma: “Outras respostas ‘adquirida em casa’ podem ocasionar o ridículo, ostracismo social ou maus-tratos por parte de outras crianças;estes comportamentos serão modificados.” O poder dos pares como agentes socializadores varia de cultura para cultura, já que algumas estimulam as crianças a interagir com as outras, o que torna inevitável a influência. Contudo em outras culturas às crianças tendem a confiar mais nos adultos, o que diminui a probabilidade de serem influenciada por seus colegas.
Geralmente essa interação dos colegas surge a partir da idade de quatro anos, a qual aumenta ao longo do tempo, “a necessidade de estar junto e brincar com as outras crianças mais ou menos da mesma idade.”(MUSSEN,1888)Dessa forma a criança aprende a se identificar com os de sua idade perdendo um pouco a identidade com os pais à medida que aprendem a lidar com hostilidade e dominação, além de dividir problemas, conflito e sentimento pode ser consolador.

O impacto da comunicação de massa

Os meios de comunicação são transmissores fieis de cultura , em especial a televisão ,por ser a preferida e mais usado pelo público infantil. Hoje ,segundo pesquisa realizada
Pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), no Brasil, uma criança permanece 3 horas e 31 minutos por dia em frente à telinha. Em seguida, vêm as americanas, que passam 3 horas e 16 minutos. O estudo foi realizado em nove países (Brasil, Estados Unidos, Indonésia, Itália, África do Sul, Espanha, Reino Unido, França e Alemanha) e identificou que a televisão continua sendo uma fonte fundamental de entretenimento para as crianças, mas o tempo em que elas passam em frente à tela varia muito de um país para outro.
Diante de tanta exposição, Mussen (1888) fez o seguinte comentário: “As crianças podem aprender comportamento agressivos e pró-sociais da televisão”, como também aprendem estereótipos sociais a respeito de homens, mulheres, dos idosos, de grupos étnicos e até das próprias crianças, criando uma visão distorcida da realidade, atendendo aos interesses da cultura dominante. Tomemos como exemplo aqui na Bahia, um dos estados de maior população negra, entretanto visualizamos na tela o personagem típico: branco, classe média, jovem. Raramente aparecem na televisão crianças e pessoas idosas e as minorias geralmente estão ausentes da tela e quando surgem são retratados de forma desfavorável.
No que se refere ao desenvolvimento cognitivo assistir televisão em demasia, interfere nas habilidades de leitura, pelo menos nos primeiros anos escolares (Mussen, 1888), contudo diferente do senso comum as crianças não são receptoras passivas e sim, processadoras ativas, porque desde cedo fazem escolhas sobre o quando, como e o que assistir com atenção. As produções animadas, de movimentos e com recursos audiovisuais são atrativos para prender-lhes a atenção, pensando ativamente em tudo que vêem.

Carina Gomes

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Educação e ludicidade

A educacão é uma prática social histórica e sendo assim, ninguém está lheio a ela, uma vez que formal ou informalmente todos vivenciam situações educativas em ambientes diversificados e a todo momento.
A ludicidade é um termo polissêmico que possui sua gênese no latim "ludus" que significa tipo de jogo em que as pedras se movimentam segundo o número de casas indicadas pelos dados. Uso comum, jogo, divertimento.
Esse conceito recebe olhares diversificados na área da educação, da história, da antropologia, psicologia e da publicidade surgindo diferentes abordagens e interpretações.
Essa temática é bastante múltipla e complexa, não possuindo uma definição precisa, exata, segundo alguns teóricos como, por exemplo, Luckesi em seu artigo "Ludicidade e atividades lúdicas: uma abordagem a partir da experiência interna".
Piaget (1998) diz que atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo por isso, indispensável a prática educativa.
Segundo alguns autores como Brougére (1998), Santos (1997), Chateau (1987) e Hiuzinga (1996) a ludicidade desempenha um papel vital na vida da criança, pois, o seu primeiro aprendizado é o brincar, de início com o seu próprio corpo, depois com os objetos que o cercam e com o espaço que ocupa.
A proposta de desenvolver o indivíduo em sentido integral, a fim de prepará-lo para avida em sociedade defendida pela Constituição de 1988 é favorecida com a utilização das atividades lúdicas, já que a mesma tem um valor singular, peculiar de aliar conhecimentos, sentimentos e ações, acentuando a liberdade criativa e a visão particular e ao mesmo tempo coletiva do educando, que se torna agente da construção do próprio conhecimento.
Nos primeiros anos o corpo infantil é fonte de auto-investigação (tocar, rir, mover-se, pular, gritar), a criança goza de total liberdade explorativa até o ingresso à escola, onde diante das exigências da maquina capitalista que condiciona as diversas áreasa da sociedade contemporânea, o corpo é rigidamente moldado, ou seja, tolhido em detrimento da cognição, que segundo o senso comum não é compatível com o lúdico. O sil~encio ensurdecedor, corpos rígidos presos a cadeira é o que predomina em algumas escolas, abrindo mão das valiosas contribuições educativas das atividades lúdicas, que são claramente vistas: olhinhos atentos, os rostos de satisfação, a vibração e a busca excessiva do fazer, entrega total.
Para Luckesi a ludicidade ocupa um lugar privilegiado no desenvolvimento humano, pois, amplia os estados de consciência contribuindo para as relações sócio-culturais resultantes de uma experiência de entrega, onde não há meio termo,"vai além do Ego" na atividade do sujeito, é vencido por ela ou não participa da mesma.
O brincar e o jogo são componentes das atividades lúdicas que permeiam as açõesdo desenvolvimento humano é conceituado e diferenciado por kishimoto. O primeiro ganha um caráter mais livre e o segundo é regido por regras claras. A ludicidade retém em seu universo tanto as atividades coletivas reguladas, quanto as individuais livres que predominam movimentos integrados e progressivos. O interesse que o educando apresenta pelos jogos faz com que prazerosamente aplique sua inteligência e seu raciocínio no sentido obter êxito. Assim sendo, ao jogar o sujeito realiza uma tarefa, produz resultados, aprende a pensar no contexto em que enfrenta desafios e tenta resolvê-los, são imposições que ele faz a si próprio.
Portanto, os exercícios da fantasia e da imaginação proporcionbados pelas atividades lúdicas ensinam a transformar prazer em objetivos operacionais, porém sendo uma maneira não ameaçadora da criança construir novas aprendizagens preservando sua auto- estima, além de contribuir para a formação do seu senso crítico, desenvolvimento racional, estabilidade emocional, forma de expressão, descoberta de aptidões, um exercício de concentração e de partilha de experiências.

Ana Alice